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Sou assumidamente uma workaholic e, consequentemente, disciplinada.
A minha vida estava organizada e compartimentada.
De Segunda a Sexta, trabalho, normalmente entre 10 a 12 horas diárias. Levantava-me às 6 e 30, levava o miúdo à paragem de autocarro para ele ir para a escola, voltava para casa, arrumava os quartos, bebia um café, tomava um duche, maquilhava-me, vestia-me e ía para o trabalho, onde por vezes ficava 12 horas seguidas, às vezes sem pausa para almoço. Não que o meu trabalho me obrigasse a estar fechada no escritório, a coisa incluía ter que ir a inúmeras apresentações, e mensalmente preparar e fazer a produção de moda e a produção de capa. Era um trabalho absorvente e (talvez) desgastante, mas que eu adorava.
Ao fim-de-semana descansava e aproveitava para fazer o que gosto, e isso inclui desenhar e fazer inúmeros projectos relacionados com arte. Para me tirarem de casa era um problema. Não tenho propriamente paciência para andar metida em filas de trânsito e no meio de multidões nos meus dias de descanso.
Para uma pessoa disciplinada trabalhar a partir de casa não é problema, certo?
ERRADO!
Pelo menos para mim, quando estas duas áreas da minha vida se misturaram é difícil manter a disciplina. Continuo com a rotina matinal, pelo menos até à parte do sair de casa...porque estou a trabalhar em casa!
A ideia era, como não passo tanto tempo em trânsito, aproveitar esse tempo para ir ao ginásio. A última vez que fui foi no Sábado! Hoje estava para ir logo de manhã, mas descobri que o telemóvel estava sem bateria, e ginásio sem música é inconcebível.
Promessa: vou hoje à tarde!
Chega a hora de almoço, e em vez de sair do escritório e comer qualquer coisa, tenho que o fazer e a seguir arrumar a cozinha. E desenganem-se, ao longo do dia vão sempre surgindo pequenas coisinhas para fazer. Em vez de ir ao supermercado ao fim do dia, como era hábito, agora aproveito para ir durante o dia que está menos gente. Apesar da empregada vir à Sexta, passa-se pela pilha de roupa para engomar e pensa-se, "vou pelo menos engomar as calças de ganga do miúdo que ele pode precisar". Claro que não precisa! O rapaz deve ter uns 15 pares! O pó que não notava durante a semana, queria era despachar o jantar, arrumar a cozinha e ainda ter tempo para ver um episódio de uma série, agora parece que me está sempre a incomodar. Ando feita esquizofrénica, vejo pó por todo o lado!
Depois, como estou em casa, só me apetece fazer aquilo que não devo, como trabalhar nos meus projectos pessoais e desenhar, ou ler.
Não sei o que se está a passar, mas a minha vida está um caos. Trabalho menos, desenho menos, escrevo menos, leio menos, apesar de ter mais tempo.
Reactivar este (e o outro) blog, foi uma das minhas auto-imposições. Mas está a faltar tudo o resto. Além disso, como ando com um humor de cão, a minha vida social tem sido quase nula. Só não é abaixo de zero porque, mesmo pouco, vou ao ginásio. De resto, falo com os amigos só pelo telemóvel, porque ainda não me apetece falar sobre o que está a acontecer na minha vida. Até porque nem sei bem. Não faço ideia se a revista vai continuar ou não, se vou ter o meu emprego de volta ou não. Ou se no futuro tudo voltar ao normal, se me vai apetecer voltar.
A minha vida está como a minha cabeça...uma confusão pegada!
(Violet Evergarden - série disponível no Netflix)
A minha volta a estas lides tem mais que se lhe diga do que apenas a minha "falta de trabalho". O projecto a que me dediquei de corpo e alma nos últimos 2 anos está num impasse...mas já está num impasse há vários meses. Até há cerca de 3 semanas estive MESES sentada num escritório a ver....Netflix! O que não lembra nem ao menino jesus! Agora, estou em casa mas numa situação estúpida em que não sei se estou desempregada ou não!
Mas como disse num post anterior, não sou menina para ficar em casa de braços cruzados à espera que chova. Mas, infelizmente, neste país uma pessoa que passou dos 40 está velha para o mercado de trabalho!
Mas se aqui estou velha, noutros países não estou. E em 3 semaninhas apenas encontrei uns senhores que além de acharem que eu ainda sou uma jovem teenager inconsciente, apreciaram muito o meu CV e a minha experiência, coisa que em Portugal não interessa para nada, o que é bom é não ter experiência e mamar com o ordenado mínimo nacional, e não piar!
Ontem "fui" à entrevista, que já não foi bem entrevista, para tratar dos pormenores finais (o "fui" é porque a coisa se deu por video-conferência, é portanto um "fui" virtual). O moço com quem tenho falado, apesar de muito japonês, fala lindamente inglês (graças a deus!). Esta última entrevista foi no mínimo estranha...ou pelo menos parte dela.
- Fala alguma coisa de japonês?
- O básico. Ohayo gozaimazu (olá), anata no namae wa nanidesu ka? (como é que te chamas?)...etc...etc...etc...gomen'nasai (desculpa)
- Ah, sabe dizer desculpa. Isso é bom!
(Nesta parte fiquei confundida. Será que tenho ar de desastrada?)
- Disse que tem família no Japão, decerto aprendeu a falar com eles.
- Por acaso não, foi mais a ver Anime.
(Ar de espanto a olhar para mim. Se calhar acha que não tenho idade para ver anime...se calhar não tenho, mas não quero saber!)
- E coreano?
- Salanghae...(para os interessados, pronuncia-se sarangué, e quer dizer amo-te)
(esgar de quem se está mortinho para se rir)
- Pois, não me parece que vá usar essa palavra muitas vezes.
- Oppa? (calão, cuja tradução literal é irmão mais velho, mas é o equivalente a dude ou bro, em inglês...o que mais se aproxima em português é "gajo")
(aqui o senhor não se aguentou e desatou-se mesmo a rir)
Agora vou-me agarrar às séries japonesas e coreanas do Netflix a ver se aprendo mais qualquer coisinha.
Juro (mas juro mesmo!) que estive um sem número de vezes vai-não-vai para vir aqui publicar qualquer coisinha.
Mas depois publicava sobre o quê? Trabalho?
Pois que houve um sem-número de dramas relacionados com o tema, mas não me parecia bem vir aqui desabafar sobre pessoas com quem trabalho (e que se me descobrem o blog, dão-me uma tareia).
O último drama da minha vida foi ter-me saltado uma unha de gel. Triste, não é?
Isto da vida se resumir a trabalho, faz-nos murchar a veia artistico-literária!
Olhas para a foto de um post, com a fotografia das páginas de um livro, e identificas automaticamente que a Font usada é a Flux regular!
Pois é, estou de volta.
Depois de meses infernais, em que já vomito Suíça por todos os orifícios disponíveis, interrogo-me:
Como é que um povo pode ser simpático com temperaturas daquelas?
O que safou tudo foram os chocolates!
(chocolatinho com pétalas de rosa...muito chique! Já agora, a foto já é antiga que este ano não tive pachorra para tirar fotografias)
Não sou propriamente uma pessoa "quadrada" (na pior das hipóteses, redonda), nem saudosista, que é coisa que me aborrece, não percebo como é que se vive constantemente a olhar e a suspirar pelo passado, sou mais frequentemente acusada de ser demasiado liberal.
Mas há coisas que não me consigo "habituar".
A minha amiga, dona do Spa, resolveu contractar um...travesti! (não, não foi um gay, foi mesmo um travesti!)
Todas sabemos que neste tipo de indústria, ou noutras como a moda, existem imensos gays. (E vamos lá falar a verdade, a vida de uma mulher não está completa sem um amigo gay!)
Mas normalmente, são rapazes giros, bem vestidos e alguns até nos fazem suspirar.
A criatura que parece que saíu directamente das noites de 2ªfeira do Finalmente (para quem não sabe, é a noite do "Lugar às Novas").
Um tipo vestido de mulher, loura platinada, maquilhagem carregadíssima e montada em saltos de 15 cms "dança de varão", é um bocadinho demais.
Aqui na zona não se fala de outra coisa.
As clientes, femininas, não acharam muita graça à nova contractação. Os homens, no mínimo, ficaram incomodados.
Podem chamar a isto descriminação, mas eu não venho trabalhar com a mesma roupa com que saio à noite. Ou a malta dada a fetiches não vai trabalhar em modo de sessão S&M, com roupa de látex e chicote à cintura!
(Foto: Jared Leto. Comentário: este rapaz, até montado em gaja é lindo de morrer!)
...mas cheínha de trabalho até aos olhos!
Troca de emails:
Eu - Se esse produto foi feito em homenagem ao Galileu, não acha que devia escrever qualquer coisa sobre o senhor?
Ela - Mas quer que escreva o quê?
Eu - Se calhar um parágrafo com uma pequena biografia. Quem foi, o que fez, a sua importância. Sabe ao menos quem é o Galileu, não sabe?
(aqui a moça deve ter ido pesquisar ao Google)
Ela - Claro que sim. Galileu (1564-1642) foi condenado à morte porque foi o 1º a fazer a terra andar à volta.
Mato-me ou não?
Sais do escritório em plena hora de ponta para ires a uma apresentação/cocktail. Passas meia hora às voltas para ver se tens sorte e consegues estacionar na Av. da Liberdade. Claro que não tens sorte nenhuma! Desistes e metes no parque.
Chegas lá e não percebes porque raio é que foi preciso um cocktail para apresentar aquilo.
Vais pra casa e o trânsito está um pesadelo!
Há dias que não te devias levantar da cama...
Excepcionalmente, esta semana, o próximo capítulo do Memento Mori será publicado amanhã.
Isto porque, a moça que está a paginar a revista apagou-me 5 textos "sem querer"...
Como devem calcular, vou ter que fazer tudo de novo, ir aos press releases, fazer download de fotos e, escrever tudo novamente.
Esrou capaz de matar alguém!