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anda por aí um senhor, que ao que parece é tradutor, cujo desporto é analisar-nos a escrita!
Todos os dias, lá está, uma referência, ou ao Público, ou ao Diário de Notícias, ou a outro meio de comunicação qualquer.
Isto faz-me lembrar há uns anos atrás, uma cena com um fulano que é professor de português e que também escreve uns livros, que decidiu vir dar-me uma aula de "bom português".
Eu escrevi num artigo a frase "este relógio tem várias complicações", e o senhor achou por bem que eu devia escrever "o relógio é complicado" ou "tem vários problemas".
Aconselhei-o vivamente a ir aprender qualquer coisinha sobre relógios, que uma "complicação" é, por exemplo, uma repetição de minutos ou um turbilhão, e quando aprendesse, que poderíamos então debater o tema!...isto, para não lhe chamar burro armado em esperto!
Mas neste caso, o que me fez rir, foi uma crítica a um colega do Diário de Notícias, num artigo sobre o Obama, que o senhor critíca o facto de o jornalista nos querer obrigar a aprender inglês à força. A comunicação social dos Estados Unidos chama "lame duck" ao presidente Obama, que significa que ele perdeu a influência.
O senhor traduz, como todo o bom tradutor, a expressão à letra, que se lixe o contexto ou o inglês corrente. "Lame duck" é, traduzido à letra "pato coxo", mas não é! "Lame" é mais que isso, é uma pessoa amorfa, ou estúpida, que faz coisas ditas "foleiras".
Se calhar era de aprender o inglês corrente antes de criticar os outros!
(notícias ao minuto)
- Agora que estás muito mais magra, tens a merda da secretária quase no meio do escritório.
- É fantástico! A primeira vez que me dizes que estou muito mais magra é no meio de uma crítica.
6ª feira à tarde, depois de uma semana cansativa e complicada, às vezes reagimos de maneira desproporcionada a situações, que de outra forma seriam banais.
A nossa amiga Melguinha2, copiou-me um texto e eu exagerei na reacção, coisa de quem escreve, ou de qualquer criativo que vê o seu trabalho copiado.
Mas não deixa de ser só um texto!
A confusão que daí se gerou foi absolutamente desproporcional, assim como a minha reacção.
Mas, como estamos sempre a aprender e a ser surpreendidos, quem me surpreendeu foi esta menina de uma aldeia de Castelo Branco. Pediu desculpas e mudou o texto. Desculpas aceites de ambos os lados e, para meu espanto, não quiz que apagasse o post, prefere que escreva este a "sanar" a situação.
O prometido é devido, e cá está ele!
Mas isto faz parte. Quem abre um blog, ou escreve para o público, tem que estar preparado para as críticas e sobretudo, respeitar o direito à indignação de quem nos lê. Lá diz o povo, "quem diz o que quer sujeita-se a ouvir o que não quer!"
Como já aconteceu noutras alturas, em que disse o que pensava, ou melhor, tentei mesmo provocar uma reacção, quando escrevi que determinadas crianças eram menos bonitas. Mas, apesar de tudo, e mesmo tendo comentários moderados, publiquei as criticas que me eram dirigidas.
Mas, não fui a correr fazer um post a dizer mal da pessoa que me criticou. Percebo-a e respeito-lhe o direito à indignação. Também sou mãe.
Não fui criticar-lhe o design do blog, e muito menos dizer que afinal não é bem assim.
Assumo aquilo que escrevo, assim como assumo os meu erros publicamente.
Sou conhecida por ser crítica, dar a minha opinião, para o bem e para o mal, por fazer entrevistas difíceis, e por isso sou respeitada no meio em que trabalho. Aprendi com o melhor. Com ele aprendi que ser jornalista não são só rosas, é preciso ter coragem de defender o que escrevemos e ter coragem para aceitar as críticas que nos fazem!
Enfim, coragem e dignidade é coisa que nem todos possuem.
Mas é tão simples, basta seguir o exemplo da Sandra!