Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Mas não quero saber!
Estava eu aqui a fazer uma video-conferência com uma mocinha de Londres, quando de repente se começa a ouvir uma criancinha aos berros.
A minha interlocutora também ouviu e comentou, eu disfarcei, disse que tinha as janelas abertas, e que o som vinha da rua.
Mentira!, o som vinha do escritório ao lado.
A coisa continuou uns bons 10 minutos e, quando desliguei, ainda a criancinha estava a berrar a plenos pulmões.
O escritório do lado tem ocupantes novos, um escritório de advogados, com uns tipos carrancudos que não cumprimentam ninguém na escada.
Saí a deitar fumo pelas narinas e bati à porta dos tais senhores. Abre a fulaninha, com a criancinha aos berros, tal qual banda-sonora de fundo, filme série B.
- Peço desculpa, mas eu estou aqui no escritório ao lado, estava numa video-conferência, e só se ouvia a criança a chorar. Aqui no prédio não pode haver barulho deste em horário de expediente.
- E quer que eu faça o quê ao miúdo? Não tenho com o quem deixar. (respondeu a besta...e aquilo enervou-me logo)
- Faça o que quiser, mas se o trouxer para aqui, pode sempre amordaçá-lo, dar-lhe um Xanax...
- Desculpe?!? De certeza que não deve ter filhos!
- Por acaso tenho, mas o meu é bem educado...ou bem amestrado, como quiser chamar-lhe.
- Esta conversa acabou por aqui! Faça o que quiser!
Fechou-me a porta nas trombas!
E eu fiz, fui à administração, dois pisos abaixo, onde se ouvia perfeitamente o pequeno animal aos gritos, e expliquei a situação.
Acabei de ver a senhora a sair pró parque de estacionamento, em passo furioso, a arrastar a mini-besta por um braço.