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Desgraçaram-me a vida!

por Neurótika Webb, em 01.04.16

Hoje vou falar de vícios, daqueles que nunca desaparecem, que causam dependencia física e emocional.

 

Tudo começou quando tinha dez anos, eu queria aquilo que todas as meninas queriam: orelhas furadas para usar brincos!

O meu pai era contra, dizia que as tribos em África é que faziam furos no corpo como parte de rituais tribais.

Como é óbvio, tive que negociar a coisa, tinha que passar o ano (do 5º para o 6º, na altura do 1º para o 2º ano do Ciclo Preparatório) com 5 a tudo. Como era aluna de 5 a tudo, aquilo foi canja e, nesse Verão, fiz os furos nas orelhas e comecei a usar brincos.

Mal sabia eu que aqueles 5 segundos de dor seguidos da satisfação de ter um pedaço de metal a atravessar-me a carne me ía seguir para o resto da vida.

 

No ano a seguir do meu pai morrer, tinha eu 16 anos, convenci a minha mãe a deixar-me fazer mais 1 furo na orelha. Usava-se e toda a gente tinha. Mais uma vez, tinha que ter 20 a tudo! E mais uma vez, foi canja!

A minha mãe deu-me o dinheiro e lá fui eu com uma amiga à ourivesaria fazer o tal furo. Quando lá cheguei, o senhor explicou-me que, apesar de só ir fazer 1 furo tinha que comprar os 2 brincos, fazer 1 ou 2 furos custava o mesmo. Pareceu-me um desperdício fazer só um.

Quando cheguei a casa com mais dois furos a minha mãe ia-me matando! Percebeu a minha lógica economicista, mas não achou graça nenhuma à brincadeira.

 

Quando fiz 18 anos, aquela idade em que já não tinha que pedir autorização a ninguém para decorar o meu corpo a meu bel-prazer, é que a coisa se descontrolou.

Com 19 anos tinha 25 piercings (todos do pescoço para cima) e 1 tatuagem nas costas.

Houve no entanto um piercing que adiei, o do umbigo. Só o fiz depois do meu filho nascer.

 

Quando acabei a faculdade e entrei no mercado de trabalho, tive que tirar os piercings todos, o da sobrancelha, o do nariz, o do lábio, o que estava por baixo do lábio e, a certa altura, não fazia sentido usar os das orelhas. Hoje em dia nem brincos uso.

 

Sobrou a tatuagem e o piercing do umbigo...que esteve 16 anos torto, desconfio que o tipo estava "com os copos" quando o fez.

 

Há dois dias, fui finalmente endireitar o piercing, a minha amiga do Spa (que não deve gostar nada de mim, senão nunca tinha metido este serviço!), agora tem um tatuador que vem uma vez por semana.

 

De repente, o velho vício renasceu...não vou pôr piercings na cara, mas vou fazer pelo menos mais 2. Digo pelo menos, porque acho que vou retocar a tatuagem e se calhar fazer mais uma tatuagenzita ou duas. Uma desgraceira!

 

Como dizem os estrangeiros: Old habits die hard!

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publicado às 11:55


1 diagnóstico

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De Psicogata a 01.04.2016 às 12:51

Tatuagens e piercings não são coisas que me seduzam, primeiro porque associo ambos à dor e depois porque sei que para viciar basta fazer um/uma.

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